NALDOVELHO
Tem dias que eu me
sinto
mar revolto a
fustigar encostas
e então modifico
paisagens
por todos os cantos e
lados,
recantos deste meu
lugar.
Tem dias que eu me
sinto
tempestade, céu
escuro e nublado,
horizonte sombrio,
pouca visibilidade;
como se algo dentro
de mim se pusesse
a gritar a dor que a
transformação me traz.
Tem dias que eu me
sinto
vento varrendo da
cidade
as sobras deixadas pelo
tempo,
tirando do cenário a
poeira
segmentada por anos
de solidão.
Tem dias que eu viro pedra
e sofro com a inquietude
dos ventos,
e com as águas de um
rio barrento,
e vejo meu corpo
pouco a pouco,
sendo desgastado, sem
nada poder fazer.
Tem dias que eu
sou
embarcação no
açoite,
a navegar contra as
correntes
em busca de porto
seguro,
onde eu possa enfim
encontrar a paz.
Tem dias que eu me
sinto
caminho
acidentado,
alguns poucos
abrigos, pousadas,
que eu penso seguras
para o viajante,
na jornada em direção
ao seu lar.
Tem dias que eu sou
andarilho
a vagar por entre
enredos vividos
e o que ficou foi só
a saudade,
que às vezes eu chamo
de esperança
de um dia poder Te
reencontrar.
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