domingo, 6 de janeiro de 2013

SAUDADES DA NANA (ARQUIVO)


    UMA HOMENAGEM A NANAMERIJ
   NALDOVELHO

   Por onde andará a poeta
   que foi capaz de trazer das Gerais
   tantos e tamanhos desentranhamentos
   e que pela coragem dos versos
   apaziguou-me os ais?

   Por onde andará a palavra sentida,
   que por plenitude incontida
   fez deste poeta um aprendiz
   na arte dos parimentos
   e na vontade de ousar sempre mais?

   Por onde andará a poesia
   de quem conhecia os caminhos,
   as trilhas estreitas, passagens,
   do rumo das águas e dos ventos
   em versos tão viscerais?

   Onde estará o remédio
   que curou dor de partida,
   cicatrizou na carne a ferida
   e dissolveu sentimentos
   cristalizados nos constrangimentos?
   Por onde andará?

   Terá se transmutado em essência,
   ou terá encontrado a querência
   que tanto buscou em seus versos?
   Terá encontrado a paz?

   Só sei que nesta gastura de versos
   a palavra se espreme e se esforça
   em pálidos poemas que eu tento,
   ao descrever a saudade
   de quem se transformou em lenda.

   Coisa difícil demais!


Encerrando o Dia, que hoje estou com padecimentos de agonias, minha réplica ao carinho-homenagem, que ganhei de meu Amigo Naldo Velho: Poeta e Compositor Fluminense, o Grande Bardo das Sombras.

Para Naldo Velho:

Por entre vozeios de morros e trilhos... a morrear-me sigo, Amigo!

Ó Bardo das Sombras, mercê das trapaças divinas, eu que nasci beira trilhos, dentre os vãos e grilhões de montanhas, sigo a morrear-me: - poesia é fardo - destino!

Vezes invento misericórdias, para enganar sozinhez, desentranhar pesamentos do grito engasgado, das lágrimas a rolar agonias dentre as estreitezas dos caminhos.

Vezes invento Deus: - Pura vingança!

Ser poeta é estigma:
- o verbo gravado na pele, a palavra carpindo os vazios, os versos fiando fundezas desta alma desinsofrida: - dias chuverando em agastamentos pelas dores do mundo.

Ó Bardo, de tanto doer-me peguei esquecimentos de atalhos, perdi trilhas - passagens, das águas desmemoriei solfejos e sequer sei mais onde esconderam meu arco-íris.

Padeço ainda de incompletudes:

- não descobri a cartografia da paz, menos aprendi onde habitam as bondades - boas, que um dia distante, risquei em mim: - sigo catando instantes, neste morrear sem fim!

Mas, como dói!

nAnnamerij


Nenhum comentário:

Postar um comentário