UMA HOMENAGEM A NANAMERIJ
NALDOVELHO
Por onde andará a poeta
que foi capaz de trazer das Gerais
tantos e tamanhos desentranhamentos
e que pela coragem dos versos
apaziguou-me os ais?
Por onde andará a palavra sentida,
que por plenitude incontida
fez deste poeta um aprendiz
na arte dos parimentos
e na vontade de ousar sempre mais?
Por onde andará a poesia
de quem conhecia os caminhos,
as trilhas estreitas, passagens,
do rumo das águas e dos ventos
em versos tão viscerais?
Onde estará o remédio
que curou dor de partida,
cicatrizou na carne a ferida
e dissolveu sentimentos
cristalizados nos constrangimentos?
Por onde andará?
Terá se transmutado em essência,
ou terá encontrado a querência
que tanto buscou em seus versos?
Terá encontrado a paz?
Só sei que nesta gastura de versos
a palavra se espreme e se esforça
em pálidos poemas que eu tento,
ao descrever a saudade
de quem se transformou em lenda.
Coisa difícil demais!
Encerrando o Dia, que hoje estou com
padecimentos de agonias, minha réplica ao carinho-homenagem, que ganhei de meu
Amigo Naldo Velho: Poeta e Compositor Fluminense, o Grande Bardo das Sombras.
Para Naldo Velho:
Por entre vozeios de morros e
trilhos... a morrear-me sigo, Amigo!
Ó Bardo das Sombras, mercê das
trapaças divinas, eu que nasci beira trilhos, dentre os vãos e grilhões de
montanhas, sigo a morrear-me: - poesia é fardo - destino!
Vezes invento misericórdias, para
enganar sozinhez, desentranhar pesamentos do grito engasgado, das lágrimas a
rolar agonias dentre as estreitezas dos caminhos.
Vezes invento Deus: - Pura vingança!
Ser poeta é estigma:
- o verbo gravado na pele, a palavra
carpindo os vazios, os versos fiando fundezas desta alma desinsofrida: - dias
chuverando em agastamentos pelas dores do mundo.
Ó Bardo, de tanto doer-me peguei
esquecimentos de atalhos, perdi trilhas - passagens, das águas desmemoriei
solfejos e sequer sei mais onde esconderam meu arco-íris.
Padeço ainda de incompletudes:
- não descobri a cartografia da paz,
menos aprendi onde habitam as bondades - boas, que um dia distante, risquei em
mim: - sigo catando instantes, neste morrear sem fim!
Mas, como dói!
nAnnamerij
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