Em volta daquela mesa
todas as noites se reúnem,
artistas, boêmios, vadios,
prostitutas, palhaços, bandidos
seres tão sofridos
que cantam feito ciganos
e sonham como crianças,
com toda a sorte de coisas
que a vida resolveu lhes negar.
São amantes safados,
poetas, depravados,
seres malditos, temidos
e ainda assim tão queridos,
dá até gosto de se ver:
o brilho ousado nos olhos,
o sorriso que brota, abusados,
sem vergonhas, espinhos cravados,
sem dúvida seres estranhos,
que ao anoitecer se encontram
e ao amanhecer dispersam,
vão não sei bem pra onde!
Acho que se escondem,
tementes à luz do sol.
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