sábado, 5 de janeiro de 2013

APENAS UM RIACHO (LUZ E SOMBRAS)


    NALDOVELHO

   Exercito palavras
   como quem dá vazão à coisas
   que não cabem dentro de mim
   e que por assim dizer derramam
   sem que eu saiba direito como conter.

   Por isto digo que padeço de maré cheia,
   de águas que tomam conta da areia,
   de rio que não se contenta em seu leito
   e inunda vales, estradas, cidades,
   e espalha sementes de trigo
   colhidas num tempo nascente...

   Saudades de quando
   eu era apenas um riacho,
   meu mundo era bem diferente,
   cabia dentro de mim. 

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