NALDOVELHO
Eu
vi um poema sofrido
aprisionado
em métricas grades,
imagens
pequenas, tacanhas,
enforcados
os versos, vergonha!
Eu
vi versos mofados
numa
cela estreita e escura
palavras
usadas, cansadas,
a
gritar por tamanha clausura
Eu
vi um dragão carcereiro,
guardião
de tão triste enredo,
a
condenar o poeta ao desterro
pela
ousadia de versos sem medo.
Eu
vi a poesia assustada,
que
constrangida a não ser mais ousada,
rebelou-se
e rompeu as correntes,
assumindo
suas muitas vertentes.
Eu
vi a palavra libertada
pela
magia que brota dos dias
e
que por ousadia o poeta consente
com
lágrimas ardidas nos olhos.
Eu
vi a beleza que a vida
ao
fecundar os versos que eu sonho
deixou
para mim de presente.
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