Dias lentos, sonolentos,
nada que nos acene,
desmaiadas as cores
no firmamento.
Dias pobres, calmaria,
onde a paixão e a poesia
mostram-se apáticas,
mornas, estáticas.
Dias tolos, ocos,
onde sequer um esboço
mostra-se disposto
a materializar-me o esforço.
Melhor tirar da janela a trava,
por no parapeito um cata-vento.
Melhor provocar a palavra,
mesmo a custa de desentranhamento.
Melhor gritar o seu nome,
ainda que seja pra dentro.
Quem sabe a saudade retorne
e traga dor de destrambelhamento
e liberte o poema que, coitado!
sofre aprisionado, terceira gaveta,
no departamento das ilusões.
Em dias assim é preciso algum movimento!
ResponderExcluirBelo!
rosangelaSgoldoni