sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O PÓ, AS CINZAS, OS CACOS (ARQUIVO)


    NALDOVELHO
        
   Uma lareira apagada,
   um dia frio de inverno
   cinzas espalhadas
   pelo chão, pelo tapete.

   A poeira sobre os móveis,
   a cama desfeita,
   o silêncio entranhado
   por todos os cantos da casa.

   Um cheiro de coisas mortas,
   é a poeira que sufoca
   A mesa feita de troncos
   apodreceu com o tempo.

   Um espelho partido,
   estilhaços pelo quarto.
   Uma vidraça quebrada,
   estilhaços pela sala.

   Na solidão do vidro,
   Imagens retorcidas.
   A tapeçaria inacabada,
   o pó, as cinzas, os cacos...

   No vazio destas horas,
   o pó, as cinzas, os cacos,
   na cama, no tapete,
   na sala e no quarto...

   Não consigo respirar!

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