terça-feira, 11 de dezembro de 2012

MEUS RASTROS (ARQUIVO)


    NALDOVELHO

   Rastros, riscos, restos,
   vestígios dos meus passos,
   sentimentos aprisionados,
   paixões disfarçadas em versos.

   Alguém já disse que
   as penas estão por dentro!
   E os meus voos, os faço em sonhos,
   muitas vezes sem nenhum cabimento.

   Coisas do sentimento,
   de quem nunca ousou
   se mostrar por inteiro,
   apenas em lágrimas disfarçadas,
   camufladas em poemas.

   Quantas coisas guardadas!
   Amor, paixão, nostalgia,
   imagens que teimam
   em permanecer arredias,
   cicatrizes escondidas
   que queimam, reclamam,
   coisas não paridas,
   outras mal nascidas.

   Coisas próprias de um poeta
   que tenta fazer do passado
   o norte para o seu rumo,
   das lembranças, que ainda vivem,
   o bálsamo para as suas feridas
   e dos seus pobres poemas
   o inventário de uma vida. 

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