quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

FEITIÇO DE AMOR (ARQUIVO)


      NALDOVELHO

    É quando sem pedir licença
    invades meu quarto
    e me toma de assalto,
    como se fosse uma tigresa
    de afiadas presas,
    para depois, silenciosamente,
    escravizar meu ser.

    É quando ficas, assim,
    remexendo em minhas entranhas,
    como quem quer revelar segredos,
    mistérios, feitiços...
    E aí, eu me vejo
    envolvido de um jeito,
    que não dá pra ser desfeito
    e nem adianta reclamar.

    É quando em noite de inverno,
    és lua cheia e envolvente
    e tua luz queima como aguardente...
    Não dá para esquecer teu olhar!

    É quando eu amanheço sozinho
    e o que me resta
    é esta lembrança doída,
    do teu colo, do teu jeito,
    do teu cheiro e desejo...
    Coisa difícil de desentranhar!

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