segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

MEU LAR (ARQUIVO)


    NALDOVELHO

   Solta as amarras,
   embarcação se põe à deriva
   ao sabor do vento, ao sabor das marés,
   em desgarrada viagem
   na busca da solidão dos aflitos,
   que por mais que eu negue é o meu rito,
   minha missão, meu ato de fé.

   Solta as amarras,
   embarcação se expõe ao perigo
   da tempestade inclemente,
   das noites trilhadas em desalinho,
   das madrugadas vividas em desatino
   por ruas, por becos, vielas,
   por camas, por dramas, esperas,
   desencontros, doloridas escolhas,
   e ao amanhecer como se fosse um insano,
   procura encontrar na vida o seu norte,
   peregrino, que é, de sua redenção.

   Solto das amarras,
   posso navegar nos distantes,
   buscar a luz em ermos quadrantes,
   pois é minha sina acreditar
   que bem depois do horizonte
   existe uma ilha onde a inquietude
   não se fará mais presente,
   pois sabedor dos caminhos
   terei encontrado meu lar.

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