sábado, 22 de dezembro de 2012

SOU APENAS UM POETA (ARQUIVO)


   NALDOVELHO
   
   Flores, poemas, espinhos,
   muitas cores em infinitos matizes,
   palavras em desalinho;
   maior ainda foi o meu desatino.
   
   A mão que sagrou o caminho,
   foi a mesma que reescreveu meu destino.
   Muitas foram as dores,
   tantos desencontros,
   maior ainda o desencanto.

   Camuflagens, blindagens,
   escudos forjados,
   no puro aço, temperados,
   protegeram-me as entranhas.
   
   Quanto tempo ainda me resta?
   Quanto, ainda, tenho que aprender?

   Desastrado, caminhei entre as rosas,
   feri minhas mãos nos espinhos,
   manchei com sangue suas pétalas.
   Quantos amores confessos
   a provocar-me os versos!

   Quando irei aprender
   a caminhar suavemente
   pelos jardins que Deus me ofertou?

   Quando serei capaz de lidar com as rosas
   sem macular a textura de suas pétalas?

   Sei não! Sou apenas um poeta,
   muito longe ainda
   do sábio que Deus programou.

Um comentário:

  1. Maravilhoso poeta, vc já aprendeu a caminhar entre as flores suavemente, desde o seu nascimento, desde o momento em que Deus o concebeu com tamanha sensibilidade e talento poético, parabéns, meu amigo Naldo Velho!

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