sábado, 29 de dezembro de 2012

POEMA AO AMOR QUE EU AMO (ARQUIVO)


    NALDOVELHO

    Eu quero beijos molhados,
    de língua na língua, abusados,
    e de preferência demorados.
    Eu quero a saliva trocada,
    com gostos entranhados,
    e cheiros misturados.

    Eu quero ser o amante,
    o segredo guardado,
    o discípulo e o mestre sagrado
    e quero que seja sem cobranças,
    sem acidez ou desesperanças,
    para que possamos ser,
    de um jeito, descompromissados,
    sem ardências, ou amargos,
    nem cheiro de fruto mofado.

    Eu quero escrever o seu nome
    com letras que brotem indecentes
    de cheiros, sabores, texturas,
    poema ao amor que eu amo
    e que nunca mais vou esquecer.

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