NALDOVELHO
É
lá pelas tantas, quase madrugada, quando
insone eu viajo a procura do teu colo e
abusado invado sorrateiramente o teu quarto, e
ao te ver adormecida ao travesseiro abraçada, sinto
o meu corpo explodir de prazer ao
ver teu corpo, atrevido em seus contornos, de
tocaia a me espreitar sob fino lençol. Respiração
macia, qual fruta em doce delírio que
eu saboreio sempre e sempre com
redobrado prazer.
E
a cada movimento teu eu transpiro o
meu doce tormento e desejo, e
fico assim como embevecido por
tanta e tamanha delicadeza, que
procuro me mover em silencioso cio para ser lento e preciso e não te acordar.
Chego
mais perto indecente, deito
ao teu lado e te toco tão
suave e intensamente que
então pareces sonhar. Lentamente
afasto o lençol, desnudo
o teu peito tão branco e
fico feito criança a acariciar-te as sardas, e
num leve roçar de dedos, atrevidos
no bico do seio, faço-te ofegante, e
tuas coxas, num roçar instigante, em
minhas mãos que te exploram sedentas, e
permeiam teus lábios molhados em
busca do teu cheiro e seiva que
brotam de um jeito abundante por
entre as pernas, já agora, entrelaçadas às
minhas trêmulas pernas, minha
paixão e martírio.
És
água, és fonte, és rio, a
brotar em desgovernado cio e
teu corpo suado em meu corpo, minha
boca a sugar teus seios, minha
língua a percorrer segredos, recantos,
dobras e fendas e
a te levar a um longo e prazeroso orgasmo, só
pra escutar-te os gritos, gemidos, pois
este é o meu maior prazer.
Não
demora amanhece lá fora e
a noite já não será mais um abrigo. Eu
me levanto e te vejo enroscada, o
lençol todo molhado... Dormes
um sonho inocente e
ainda bem que sabes meu nome, que
é para que eu possa te escutar, quando
insone, sussurrares em completo delírio, a
pedir que eu volte depressa para saciar tua sede e
me alimentar do teu corpo, que
já tem minhas marcas e
nada mais há o que possas fazer.
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