NALDOVELHO
Mandei
construir muralhas
de
pedras, bem altas,
que
fossem inexpugnáveis,
e
lá abriguei meu silêncio,
protegido
de toda a tortura
que
teu amor pudesse trazer.
E
nesse exílio e desterro,
assim
sitiado em meus medos,
cultivei
um jardim de segredos,
com
cães a vigiar meu sono,
com
trancas, janelas, tramelas,
lençóis
tão brancos e macios,
aquecido
do açoite do frio,
e
longe da insônia insistente
que
as noites costumam trazer.
Extraí
de um veio água fresca
para
que flores pudessem crescer,
únicas,
especiais e em essência,
por
toda a ternura e carinho
que
eu fosse capaz de colher.
Só
não consegui impedir o teu cheiro,
que
trazido pela ação dos ventos,
invadisse
sorrateiramente o meu quarto,
trazendo
por maldade a saudade,
pondo
fim à solidão e ao exílio
que
ingenuamente eu me impus.
E
o coração do poeta
acostumado
a chorar poemas
que
falem do amor que ele sonha,
apesar
da dor que ele sente,
sorri!
Meu Deus, que monstro de poeta é vc, Naldo Velho, no melhor sentido, é claro. Tremendo, impressionante, impactante, tocou-me lá no fundo, no mais fundo do coração, parabéns, poeta amigo!
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