sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O POUCO QUE NOS RESTOU (ARQUIVO)


     NALDOVELHO

    Pétalas pálidas, descoradas, descontentes,
    folhas desnutridas, desmaiadas, quase sem vida...
    Espinhos ressecados, ainda ferem o inocente.

    Um jardim tão mal cuidado, o jardineiro se fez ausente,
    ervas daninhas dominam o ambiente...

    O amor que tu me tinhas, hoje é morto, se acabou.
    Casa assobradada, janelas e portas trancadas,
    um velho balanço, enferrujado, range os dentes.

    Nada que eu faça ou tente, resgata meu passado;
    memórias reticentes, foi o pouco que restou.

    Velho casarão abandonado no passado,
    rua arborizada que o tempo preservou.

    Nas esquinas, conversa miúda, sem eira nem beira.
    Já não somos os mesmos, quase nada nos restou.

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