NALDOVELHO
Rastros, riscos, restos,
vestígios dos meus passos,
sentimentos aprisionados,
paixões disfarçadas em versos.
Alguém já disse que
as penas estão por dentro!
E os meus voos, os faço em sonhos,
muitas vezes sem nenhum cabimento.
Coisas do sentimento,
de quem nunca ousou
se mostrar por inteiro,
apenas em lágrimas disfarçadas,
camufladas em poemas.
Quantas coisas guardadas!
Amor, paixão, nostalgia,
imagens que teimam
em permanecer arredias,
cicatrizes escondidas
que queimam, reclamam,
coisas não paridas,
outras mal nascidas.
Coisas próprias de um poeta
que tenta fazer do passado
o norte para o seu rumo,
das lembranças, que ainda vivem,
o bálsamo para as suas feridas
e dos seus pobres poemas
o inventário de uma vida.
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