NALDOVELHO
É
quando sem pedir licença
invades
meu quarto
e
me toma de assalto,
como
se fosse uma tigresa
de
afiadas presas,
para
depois, silenciosamente,
escravizar
meu ser.
É
quando ficas, assim,
remexendo
em minhas entranhas,
como
quem quer revelar segredos,
mistérios,
feitiços...
E
aí, eu me vejo
envolvido
de um jeito,
que
não dá pra ser desfeito
e
nem adianta reclamar.
É
quando em noite de inverno,
és
lua cheia e envolvente
e tua luz queima como aguardente...
Não
dá para esquecer teu olhar!
É
quando eu amanheço sozinho
e
o que me resta
é
esta lembrança doída,
do
teu colo, do teu jeito,
do
teu cheiro e desejo...
Coisa
difícil de desentranhar!
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