NALDOVELHO
Eu
vou mostrar pra você
o
amarelado e o encardido,
as
cicatrizes e o tempo
mordido
e medido,
minuto
a minuto.
E
vou mostrar pra você
a
luz acesa nos olhos,
janelas
e portas
quase
sempre entreabertas
e
a vitrola a tocar
antigos
discos de vinil.
Eu
vou mostrar pra você
a
cama e o quarto,
o
lençol molhado,
o
travesseiro amassado,
a
estocada presente,
a
poeira na estante
e
os livros guardados.
Eu
vou mostrar pra você
a
encruzilhada e o engano,
a
descrença e a saudade,
a
ausência e a loucura,
o
vazio em meu peito
e
como as coisas
ficaram desse jeito.
Eu
vou mostrar,
quem
sabe,
você
consiga me compreender.
Nenhum comentário:
Postar um comentário