NALDOVELHO
Solta as
amarras,
embarcação
se põe à deriva
ao
sabor do vento, ao sabor das marés,
em
desgarrada viagem
na
busca da solidão dos aflitos,
que por
mais que eu negue é o meu rito,
minha
missão, meu ato de fé.
Solta as
amarras,
embarcação
se expõe ao perigo
da
tempestade inclemente,
das
noites trilhadas em desalinho,
das
madrugadas vividas em desatino
por
ruas, por becos, vielas,
por
camas, por dramas, esperas,
desencontros,
doloridas escolhas,
e ao amanhecer como se fosse um insano,
procura encontrar na vida o seu norte,
peregrino, que é, de sua redenção.
Solto das
amarras,
posso
navegar nos distantes,
buscar
a luz em ermos quadrantes,
pois é
minha sina acreditar
que bem
depois do horizonte
existe
uma ilha onde a inquietude
não se
fará mais presente,
pois sabedor
dos caminhos
terei
encontrado meu lar.
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