segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

UM PEQUENO OBJETO - POEMAS DE LUZ E SOMBRAS


NALDOVELHO

Uma coisa fica insistentemente a martelar minha cabeça. Um pequeno e insignificante objeto esquecido na pressa, depois de uma rápida conversa.

Segunda de manhã, café bem forte e quente, um cigarro prazerosamente compartilhado, você pegou sua bolsa e disse assim, meio aborrecida: - já vou, já é hora, preciso ir embora!

Parece besteira que por tão pequeno objeto, somado ao seu cheiro repleto, que eu confesso, perpetuei em meus sonhos, possa eu, me permitir à ousadia de ficar aqui a imaginar o quanto seria bom viver ao seu lado e de um jeito sem pressa, sentimentos apaziguados, nada mais de esperas, tão pouco, cidade nublada. Desculpe, eu preciso acreditar!

Hoje já é sexta de entardecer ensolarado, outono lá fora e a primavera aqui dentro, insiste, daqui a pouco é sábado e aquele pequeno objeto a trazer a esperança de que por mais que você esteja distante, vá chegar de repente com aquele sorriso nos olhos, a dizer assim meio sem graça: - achou minha escova de dente? Deixei no armário do banheiro, ainda está por lá?

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