terça-feira, 8 de janeiro de 2013

TARDES (ARQUIVO)


    NALDOVELHO

   Tardes fartas,
   plenas de ventos.
   Aqui fora e lá dentro:
   águas revoltas,
   inquietude tão solta...

   Parece coisa à toa,
   mas o pensamento voa
   e não consegue pousar.

   Tardes de outono,
   tão plenas de incertezas,
   de maré vazante na orla,
   de rochas expostas, nuas,
   coisa ardida, aspereza,
   de saudade doida que aperta
   e não adianta reclamar.
   Tardes que eu tenho,
   tão plenas de sonhos...

   Ao me olhar assim de soslaio
   a noite encontrou um atalho
   e nasceu lá dentro de mim.

   Tardes...
   Que pena!
   É tarde...
   Não dá mais pra voltar.

Um comentário:

  1. Não podem voltar, mas, certamente, tem continuidade como nesta bela poesia!
    Parabéns, Naldo!
    rosangelaSgoldoni

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