domingo, 20 de janeiro de 2013

BOLERO - POEMAS DE LUZ E SOMBRAS


    NALDOVELHO

   Minha mão estremece ao invadir-lhe o decote,
   o bico do seu seio a oferecer-se generoso,
   já não sigo mais o ritmo enlouquecedor deste bolero
   e o que chega aos meus ouvidos, é suave e envolvente.

   O calor do seu ventre, feito um imã, atraí
   e eu pareço desafiar a impenetrabilidade dos corpos.
   Já não consigo pensar, cada vez mais em seus braços,
   misto de fera e menino que busca um carinho
   e que ainda assim quer lhe devorar.

   Se a orquestra parar, eu não sei o que faço!
   Melhor permanecer em seus braços a espera de outra música,
   uma que seja bem lenta para que possamos continuar.

   Ainda bem que a penumbra tomou conta do ambiente...

   Lá fora, deve existir um recanto, algum refúgio seguro,
   aonde eu possa ousar desabotoar seu vestido,
   beijar seus seios, molhar meus dedos
   em seus mais secretos abrigos, sem vislumbrar o perigo!

   Quero vê-la no orgasmo, sentir o seu cheiro
   e me aconchegar no calor de suas coxas,
   beber sedento todo o seu veneno e depois morrer!
   Uma pequena morte que seja, mas que seja em você.

3 comentários:

  1. Poesia extremamente sensual....ardente...exitante...Ao som do bolero...o desejo...o prazer....gostei....com carinho.....heloisa crosio

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  2. Nossa...é ler e morrer de prazer...

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