segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

PALAVRA LIBERTADA - POEMAS DE LUZ E SOMBRAS


    NALDOVELHO

   Eu vi um poema sofrido
   aprisionado em métricas grades,
   imagens pequenas, tacanhas,
   enforcados os versos, vergonha!

   Eu vi versos mofados
   numa cela estreita e escura
   palavras usadas, cansadas,
   a gritar por tamanha clausura

   Eu vi um dragão carcereiro,
   guardião de tão triste enredo,
   a condenar o poeta ao desterro
   pela ousadia de versos sem medo.

   Eu vi a poesia assustada,
   que constrangida a não ser mais ousada,
   rebelou-se e rompeu as correntes,
   assumindo suas muitas vertentes.

   Eu vi a palavra libertada
   pela magia que brota dos dias
   e que por ousadia o poeta consente
   com lágrimas ardidas nos olhos.

   Eu vi a beleza que a vida
   ao fecundar os versos que eu sonho
   deixou para mim de presente.

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