NALDOVELHO
Vó Miudinha
adorava bordar uns
panos
e enquanto o fazia
sussurrava palavras
que ninguém entendia,
e o vô assim dizia:
magia meu neto, magia!
Pareciam mandalas,
só que quando terminava
ela não desmanchava,
maturava por um tempo
e depois dava de
presente.
Cada pano tem seu tempo
certo,
ela dizia, e alguém que
dele se ressente.
O povo da cidade conta
que certa feita
até um tinhoso ela enfrentou!
Colocou um daqueles
panos
na cabeça do coitado,
aprisionou o cramunhão,
depois pôs fogo no bordado
e o homem logo-logo
sarou.
Quando eu ainda
era criança,
ela falou que eu também
ia bordar muitos panos,
só que diferentes.
Velha danada aquela,
adivinhou que um dia
eu ia bordar palavras.
Parece até que escuto o
vô dizer:
magia meu neto, magia!
Magia....magia...lindo!
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