Na beira do
dia
a noite se
assanha
e entra na
roda,
vestido
bordado
de rendas e
tafetá,
cheinho de
estrelas,
cheirando a
luar.
Na beira do
dia
a lua me
chama,
e ela sabe o
meu nome,
transpassa a
vidraça,
diz que me
ama,
que morre de
saudades,
sempre que
eu fecho a janela
e não a
deixo entrar.
Na beira do
dia,
às vezes o
poeta
na solidão
do seu quarto,
padece de
saudades
de algo que
ele não sabe,
de amores
que não viveu,
de dores que
não sofreu.
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