sábado, 8 de novembro de 2014

NUMA CASA NO MEIO DO NADA

    NALDOVELHO

    Numa casa no meio do nada
    uma luz acesa na janela,
    um portão escancarado,
    uma varanda hospitaleira,
    uma rede, muitas plantas,
    especialmente orquídeas, 
    um silêncio acolhedor.

    Dentro da casa
    uma velha senhora
    tece numa tapeçaria
    caminhos de ir para bem longe,
    um rio de águas claras,
    um horizonte de sonhos,
    uma casa de passagem,
    uma luz acesa no meio do nada.

    Um velho cão a tudo observa
    e na lareira o passado em chamas
    aquece o ambiente
    e me ilumina por dentro.
    E a velha senhora cantarola
    uma velha modinha,
    canção de amor e dor
    que sua mãe lhe ensinou.

    Numa casa no meio do nada
    um sorriso acolhedor,
    um prato de sopa,
    um pedaço de pão,
    um copo de vinho
    e o carinho de uma lareira
    a exorcizar minha dor.

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