sábado, 13 de setembro de 2014

ESTA TORNEIRA ABERTA

    NALDOVELHO

    Esta torneira aberta,
    esta noite deserta
    e a vontade de sair por aí,
    carpir lágrimas de outono,
    exorcizar todo este abandono,
    tomar estrada, sumir.

    Esta torneira aberta,
    esta nostalgia confessa
    e a vontade de dizer te amo,
    ficar lambuzado de sonhos,
    cultivar roseiras sem espinhos,
    espalhar sementes no porvir.

    Esta torneira aberta,
    este poema pingando,
    gota a gota me encharcando,
    perdas, dores, desenganos...
    Melhor acabar com isto,
    tomar um porre ir dormir.




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