terça-feira, 9 de setembro de 2014

BIG BANG


NALDOVELHO

Perguntei a uma estrela que eu via, se lá nos longes existia um mundo melhor para se viver.

Uma voz me respondeu que não, pois a luz que eu via já não existia e que o mundo que por lá luzia, faz tempo não mais havia.

Perguntei então, que milagre era aquele da voz que me respondia?

E a voz respondeu que o tempo era uma ilusão, e que provavelmente alguém que dos longes nos via, não sabia que há muito nós também já não existíamos.

Fiquei assustado e perguntei se olhássemos ao contrário, na busca de quem dos longes nos via, teríamos então a compreensão?

E a voz respondeu que não, pois quem dos longes nos via ainda não existia, e que o tempo era como uma teia e que aquele pedaço no espaço ainda estava em construção.

E a voz em tom assustador me disse que se misturássemos os fios, dobrássemos e redobrássemos a teia, até alcançarmos um ínfimo pedaço, passado, presente e futuro, comprimidos num só espaço causariam uma enorme explosão.

Quem sabe se começássemos de novo, poderíamos ter um mundo melhor?

E a voz finalmente respondeu que tudo tem o seu tempo certo e que era melhor eu voltar para os poemas e deixar estas coisas na mão de Deus.

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