quarta-feira, 10 de setembro de 2014

BAÚ DE DELICADEZAS (R)

    NALDOVELHO

    Trago sempre comigo
    um baú apinhado de delicadezas
    onde eu costumo guardar
    lágrimas colhidas no dia a dia
    da poesia que eu gosto de praticar.

    Poeta é assim!
    Coleciona lágrimas, perdas, cicatrizes,
    pequenas e grandes feridas,
    olhares tristonhos, despedidas,
    um lencinho com o nome dela gravado,
    beijos, alguns especialmente adocicados,
    pétalas de rosa ressequidas,
    é bem verdade, alguns espinhos,
    penas de um pássaro que voa por dentro,
    pedrinhas preciosas colhidas faz tempo,
    um relógio sem ponteiros
    para não marcar mais as horas,
    retratos, cartas, recortes, bilhetes,
    poeira de estrela colhida em noite de luar,
    palavras e significados que eu gosto de utilizar,
    alguma erva pra consumo, mas é bom não abusar,
    um terço misturado com minhas guias e patuás...
    Poeta acredita em cada coisa,
    se forem enumerar todas,
    vocês nem vão acreditar!

    Trago sempre comigo
    um baú apinhado de delicadezas,
    algumas de tão sagradas,
    não posso nem mencionar.

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