segunda-feira, 20 de outubro de 2014

NO CHÃO DO MEU QUARTO

    NALDOVELHO

    Tropeço em seu corpo
    estendido no chão do meu quarto.
    Faz tempo você partiu,
    mas deixou restos por aqui.
    É como se fosse um fantasma
    que às vezes se materializa,
    tumultua todo o ambiente,
    dá gargalhadas indecentes,
    cantarola aquela maldita música
    e depois levada pelos ventos,
    desaparece, vai em frente!

    Mas ficam os miasmas,
    e eu os percebo claramente
    no tormento do seu perfume
    entranhado em minha cama,
    na saudade insistente
    que assim sem mais nem menos
    reaparece e arde
    e na maldita nostalgia
    que não me deixa dormir.

    Tropeço em seu corpo
    estendido no chão do meu quarto
    toda a vez que eu percebo
    feridas não cicatrizadas,
    e de nada adianta
    jogar seu corpo pela janela,
    você volta, e de novo volta!
    Só para mostrar o quanto eu amei. 

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