NALDOVELHO
    Parece que a palavra que eu trago
    embalada em meus livros
    nasceu em desalinho e de triste
destino,
    nada diz que lhes possa acrescentar.
    Parece até que está suja de
sangue,
    pois extraída as pressas do meu
umbigo,
    de tão destrambelhada que era,
    nem deu tempo de limpar.
    Só que agora, as outras que eu
tenho
    envoltas em minha língua,
    repousam castiças em meio à
saliva,
    recusam ser remédio amargo.
    Palavras em versos, poesia bastarda,
    e o poema sobre a pedra fria
    a mastigar a lágrima arredia:
    palavra tardia, esta!

 
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