quarta-feira, 20 de agosto de 2014

COISA MILAGREIRA

    NALDOVELHO

    Coisa milagreira
    é sentir o vento no rosto,
    tarde noite de setembro
    e a primavera se assanha,
    traz aconchego na alma
    e o sol mergulhando na orla,
    convida a lua para reinar.

    Coisa milagreira
    é o vento tecendo um manto
    de poesia e acalanto,
    olhei pela janela do meu quarto
    e vi seu rosto desenhado no espaço,
    fios prateados a unir estrelas
    e muita música no ar.

    Coisa milagreira
    é colher sementes de sonho
    e colocá-las todas em xaxins,
    dar o tempo que o tempo precisa
    para depois sair pelo mundo
    a gritar versos de alcova,
    a poesia que eu consigo ofertar.

    Coisa milagreira
    é acordar enroscado em seus braços,
    é matar minha sede em seu regaço,
    é a cumplicidade da saliva
    trocada nas horas precisas
    e no céu a lua alcoviteira
    que vem nos abençoar.

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