NALDOVELHO
    Às vezes o
dia nasce destrambelhado,
    mexe e
remexe em meus guardados,
    como se
procurasse por algo,
    sem que se
saiba direito o quê.
    Às vezes ele
vem apressado
    e passa assim
atabalhoado,
    ignora os
meus sentimentos,
    e sem o
menor constrangimento,
    vai embora
sem dizer o porquê.
    Dias de papeis,
pelo chão, largados,
    palavras sem
sentido no verso,
    poemas sem
pé nem cabeça,
    e uma
sensação de vazio,
    que eu bem
desconfio
    seja por
conta da saudade
    que eu ainda
sinto de você. 
    Às vezes o
dia nasce silencioso,
    brisa macia,
suave magia,
    e eu vejo
pássaros 
    no parapeito
da janela,
    e cismo que
eles trazem notícias,
    você foi embora
faz tempo,
    e eu fico
embevecido com o canto,
    mas não
entendo 
    o que eles
tentam me dizer.
    E na orla o
mar revolto, 
    maresia,
nuvens escuras,
    e o rochedo
em luta feroz
    busca
sobreviver.

 


.jpg)





.jpg)


