segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

NA ASPEREZA DO DIA

    NALDOVELHO

    No silêncio da noite
    a realidade da dor.
    Na aspereza do dia
    a possibilidade da solidão.

    Eu trago o pesadelo,
    a loucura e a clausura
    incrustados na alma,
    sou prisioneiro da minha emoção.

    Eu percebo a face da morte
    toda vez que olho para o abismo.
    Eu derramo meu sangue
    nas trilhas da paixão.

    Uma sentinela me avisa:
    ainda não é hora!
    Diz que eu preciso
    morrer um pouco mais.

    E enquanto morro,
    busco a palavra derradeira,
    o poema não escrito
    e me apaixono mais uma vez.


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