terça-feira, 15 de julho de 2014

NÓ GÓRDIO

   NALDOVELHO

   Um laço, um embaraço,
   um amontoado de nós,
   janelas e portas fechadas,
   e o sol a procura de uma fresta
   para avisar que não concorda
   com a solidão que existe por aqui  
   e tenta desesperadamente
   encontrar uma chave
   para que eu possa me abrir.

   Na mesa da sala,
   uma dúzia de rosas,
   uma garrafa de café,
   um maço de cigarros
   e o ambiente em penumbra,
   fumaça, nostalgia, saudade...
   Na vitrola, Djavan afirma
   estar faltando um pedaço,
   e eu digo que sim!

   Fica combinado assim!
   Você devolve o que me falta,
   eu paro de escrever poemas,
   vou dar umas voltas pelas ruas,
   me perco nesta cidade,
   tento achar um remédio
   que ponha fim a loucura,
   pois existe um oco no meu peito,
   um nó que precisa ser desfeito,
   para que eu possa prosseguir.


2 comentários:

  1. é preciso preencher os espaços,
    jogar fora esta vitrola,
    mandar a tristeza ir embora,
    limpar todos os cinzeiros,
    parar de fumar.____________ Belo meu querido poeta

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  2. Seus trabalhos, amigo Naldo Velho, ultrapassam a nossa espectativa. Parabéns por mais essa maravilha.
    Abraços.
    Sá de Freitas

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