sábado, 19 de julho de 2014

DOR DE UMA SAUDADE

    NALDOVELHO

    Dor de uma saudade
    a sete chaves recolhida,
    ao ser macerada em segredo
    vira coisa ardida,
    lágrima acariciada em silêncio
    que volta e meia ameaça
    e aí você disfarça, e diz:
    vou ali e volto já.

    Dor de uma saudade
    lado esquerdo do peito,
    com o tempo
    vira cicatriz preferida,
    envelhece por dentro,
    e quando aquela música toca,
    você perde o prumo, e diz:
    vou ali fora fumar um cigarro.

    Dor de uma saudade,
    quando a noite invade,
    tira do armário os fantasmas,
    faz o cabra ficar amuado,
    e aí ele bebe o vinho da nostalgia,
    escreve até um poema...
    Se não gosta de poesia,
    desliga o abajur e tenta dormir.

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