sexta-feira, 11 de abril de 2014

POESIA DEMAIS ENLOUQUECE - POEMAS DE LUZ E SOMBRAS

    NALDOVELHO

    Um olhar, um sorriso, o assombro,
    a fragilidade de uma chama
    que um vento perverso atiça,
    a fumaça do cigarro, ainda me lembro:
    anoitece , primavera, novembro,
    uma xícara de café no bar da esquina,
    que a mão trêmula do poeta derrama,
    o olhar provocante da menina,
    a tênue linha que esticada exclama,
    a possibilidade da água
    que o homem sedento reclama!

    Naquele instante tocava um bolero.
    Desliga esta música, eu reclamo!
    Ou então coloca algo que preste,
    meus ouvidos já não reagem como antes,
    se continuar com esta música eu choro,
    ou então saio pelas ruas
    aos trancos e barrancos, aos tombos...
    Melhor nem olhar para trás!
    Poesia demais enlouquece,
    já faz muito tempo, não adianta mentir.

    E o trem que continua atrasado,
    e a ternura deixada de lado,
    melhor ir pra casa dormir!


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