NALDOVELHO
    Eu busco a palavra libertadora
    que abra cadeados e tramelas,
    derrube portas e janelas
    e permita que sol nasça
    dentro do coração dos homens,
    sem que no entanto se destrua,
    a sensibilidade da lua que mora
    dentro de cada um de nós.
    Eu busco a ternura de um poema
    que nos permita amar as pessoas,
    não importa a cor que elas tenham,
    o credo que elas professam,
    nem o tipo do amor que elas
ofereçam,
    pois eu te digo meu irmão,
    que embora isto te doa,
    só tuas obras te trarão a
salvação.
    Eu busco o abraço apertado,
    mãos que distribuam sementes,
    sorrisos para serem ofertados,
    a caridade silenciosa dos santos,
    pois só é santo quem a todos
acolhe,
    sem cobrar dos seus irmãos
    o dízimo imperioso como troca,
    nem a paga por meio das orações.
    Eu busco portas de templos abertas,
    crianças brincando pelas
sacristias,
    a tolerância a semear novos dias,
    a possibilidade de espiar meus erros,
    o respeito a quem pense
diferente,
    pois o livre arbítrio é o maior
presente
    que Deus pode nos ofertar,
    pois só através dos nossos
descaminhos
    conseguiremos aprender e crescer 
    a ponto de sermos dignos da
Criação. 

 
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