terça-feira, 27 de maio de 2014

A CADEIRA VAZIA - POEMAS DE LUZ E SOMBRAS

    NALDOVELHO

    Em torno daquela mesa,
    cadeiras dispostas, vazias.
    Na sala, pessoas de todas as raças,
    inclusive as mestiças.
    O jantar servido
    e ninguém se habilitava,
    apesar da fome,
    parece que não entendiam.
    Na cabeceira da mesa
    uma corbelha de rosas vermelhas
    infestadas de espinhos.
    Do lado de cada prato um punhal fincado
    e uma taça cheia de sangue.

    Em torno daquela mesa
    cadeiras dispostas, vazias.
    Na sala, as pessoas tentavam se comunicar,
    cada uma em seu idioma
    e ninguém se entendia.
    Uma mais audaciosa resolveu sentar,
    serviu-se da comida,
    bebeu rios de sangue,
    arrotou seu bem estar.
    As outras levadas pela excitação,
    resolveram imitar.

    E beberam todo o Seu sangue
    e comeram toda a Sua carne,
    mas ainda assim não se entendiam,
    cada uma no seu idioma,
    cada uma com seu bem estar.

    Mas a cadeira posta à cabeceira da mesa
    permaneceu vazia,
    ninguém ousou se sentar!




    

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