NALDOVELHO
   Ao percorrer com a língua 
   o contorno dos teus lábios, 
   descubro segredos, revelo desejos, 
   trilhas, clareiras, preciosos atalhos,
   sagrados recantos, ansiosos, molhados.
   exploro fronteiras sedento de cheiros,
   suores e seivas, sabores, peçonha...
   E no prazer do teu colo eu colho licores
   estranhos, selvagens.
   Melhor ter cuidado, 
   pois corro o risco de ficar embriagado
   e viciado, cometer a loucura 
   de nunca mais querer te perder.
   Pior é que as minhas mãos não mais obedecem,
   e os meus dedos a bolinar teus lábios...
   Não estes... Aqueles! 
   Até te levar ao orgasmo, 
   para depois repetir o estrago 
   desta feita com meus lábios
   num caminho bem mais prolongado. 
   Se de repente tu me tomas 
   e me cavalgas no cio, 
   sinto incendiar minhas entranhas 
   e sei que esse é o fruto da tua
peçonha, 
   a percorrer artérias e veias 
   para me deixar aniquilado, 
   completamente aprisionado 
   ao prazer de te ter.
   Queria poder fugir daqui bem depressa...
   Mentira! Fugir de ti eu não quero,
   pois já não sou dono do meu norte 
   e o meu destino e sorte, 
   é te ter inoculada ao meu corpo; 
   pois já não consigo deixar de te
querer.

 
Nossa...poema que mexe muitoo com a gente...
ResponderExcluirUau..parabêns poeta Naldo Velho! demais..
E fez-se o amor maior, aquele
ResponderExcluirque se escreve a maiúsculas e fica gravado em nós.
E fez-se amor, um amor maior, aquele que fica gravado em nós a letras maiúsculas.
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