quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

CAMINHOS QUE EU TENHO (ARQUIVO)


   NALDOVELHO

   Às vezes eu percorro caminhos de ir
   com olhos de descortinar horizontes,
   e mãos de explorar distante.
   E aí, escancaro porteiras,
   dobro esquinas, derrubo fronteiras,
   e colho vivências por esta estrada sem fim.

   Às vezes eu percorro caminhos estranhos,
   exploro atalhos, escorrego e caio,
   colho feridas, a maioria ardidas,
   pernoito em algum canto desiludido da vida
   e ao amanhecer me vejo sem eira nem beira,  
   mas ainda assim pronto para prosseguir.

   Às vezes eu percorro caminhos de voltar,
   revejo amigos, desfaço embaraços,
   conserto os estragos das besteiras que eu faço,
   convenço o inimigo que compreender é preciso,
   ofereço um abraço, um carinho, um sorriso,
   adormeço e choro com saudades do meu lar.

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