quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O HOMEM QUE EU VEJO (ARQUIVO)


   NALDOVELHO

   Quando me olho no espelho,
   vejo o homem que o meu coração vê. 
   Olhos marejados de emoção,
   como se houvesse sempre lágrimas prontas,
   próprias da sensibilidade que eu gosto de saber ter.

   Vejo um homem de rosto marcado pelo tempo
   e pela ação dos ventos na colheita do semente e do sal,
   e por andar sem abrigo, quase sempre em silêncio,
   na solidão própria dos eremitas,
   eterno buscador ou coisa assim!

   Vejo um homem que por tanto se perder,
   acabou por se encontrar nas coisas simples da vida,
   e que não mais se importa em saber qual o rumo,
   pois todo ele é certo e errado,
   e o importante é caminhar sempre atento,
   a colher tudo aquilo que o caminho tem para ofertar.
   Papo de filósofo ou coisa assim!

   Vejo também, cabelos brancos,
   por força das muitas escolhas, algumas certas,
   boa parte delas erradas, quantas encruzilhadas...
   Não vou negar, ainda há muito a aprender, 
   muito a conquistar e a construir.
   O importante é que hoje eu já percebo
   o homem que um dia eu vou ser.
   Lances de espiritualidade ou coisa assim!

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