NALDOVELHO
Quando o destino apronta
embaraça nossos fios
e a paixão nos causa arrepio;
como evitar a secura nos lábios,
as lágrimas assanhadas,
as mãos trêmulas e abusadas;
como evitar a inquietação?
Se o que me ofereces
é doce, licoroso e branco;
como evitar a embriaguez
própria dos fracos de coração?
Se o quê se apodera de minha alma
é alimento para tantos
e patéticos poemas;
como me libertar do jugo
de quem me devora em postas,
se banqueteia no meu sangue,
crava suas unhas em minhas costas
e me olhando nos olhos
sorri sem a menor compaixão.
Quando o destino nos embaraça os fios,
é melhor deixar que me incendeiem a casa,
ter labaredas no meu corpo em brasa,
pois por mais que me digam ao contrário
eu não quero te dizer não.
Nenhum comentário:
Postar um comentário