quinta-feira, 26 de julho de 2018

O TEMPO QUE EXISTE EM MIM


    NALDOVELHO


    O tempo que existe em mim
    pulsa de um jeito diferente
    do tempo de toda essa gente.

    Às vezes arrastado como um bolero,
    em outras, ardido como um tango,
    tem dias que ele pulsa maldito
    como se fora um blues,
    ainda bem que quase sempre
    ele tem leveza de uma valsa.

    No tempo que eu tenho
    lágrimas escorrem quando eu me emociono,
    o sorriso tem a delicadeza de um carinho
    e o carinho é joia rara a ser ofertada    
    toda a vez que o amor supera a paixão.

    O tempo que existe em mim
    é poema que eu não consigo escrever,
    pois toda a vez que eu tento
    ele pulsa patético como quem
   ainda tem muito que aprender.

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