domingo, 14 de agosto de 2016

UMA CASA

    NALDOVELHO

    Eu sei de uma casa de se morar
    e por lá meu coração faz pousada,
    minha mente tece enredos,
    meu tempo caminha em segredo
    e minha vida se constrói em paz.

    Eu sei de uma casa de sonhar
    e lá eu preservo minha raízes,
    saudades, lembranças, retratos,
    cartas, bilhetes, histórias,
    coisas preciosas de se guardar.

    Eu sei de uma casa de aconchegos,
    lá as paredes escrevem poemas,
    gotejam palavras em versos,
    e despejam em mim delicadezas,
    sutil maneira de me abraçar.

    Eu sei de uma casa de imensidões,
    e por lá  sementes de estrelas pequeninas
    que mais parecem purpurina,
    mas que quando crescidas
    vão morar num infinito de se alcançar.

    Eu sei de uma casa que não é minha,
    e ela vive de portas e janelas abertas
    para todos que quiserem visitar,
    e minha alma agradece com uma prece
    aos que creem na magia que existe por lá.


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