segunda-feira, 22 de agosto de 2016

QUANDO

    NALDOVELHO

    Quando o dia amanheceu em teus olhos
    eu percebi carinhos que eu não sabia,
    portas que eu nunca supus que existiam,
    janelas de descortinar firmamento,
    caminhos de se morrer de paixão.

    Quando os teus olhos sorriram
    o dia amanheceu em meus passos
    e ao desvendar teus segredos,
    me vi cúmplice dos teus enredos,
    e abraçado a minha imensidão

    Quando tua voz sussurrou meu nome,
    eu escrevi poemas plenos e obscenos,
    senti tuas garras em mim cravadas,
    tuas presas a devorar minha carne,
    sangue, suor, saliva, sêmen, transgressão.

    Quando o dia anoiteceu em teus braços,
    eu senti a suavidade de um regaço,
    um cheiro abrasivo em meu corpo,
    lambuzado das secreções do teu corpo,
    minha casa, pasto e repasto, minha obsessão.


Nenhum comentário:

Postar um comentário