NALDOVELHO
Eu vi uma menininha
caminhava pela praia
em direção aos
rochedos
e falava com as ondas
do mar.
Dizia ter título de
realeza
e que seu nome era
Janaína,
e que era a filha
preferida
de minha madrinha
Iemanjá.
Tinha olhos de
profundezas
e conversava com a
lua,
assim como nós
conversamos
com as pessoas em
todo o lugar.
E tinha o sorriso
mais belo,
voz de encantamento e
carinho,
em seus braços rosas
brancas sem espinhos,
e semeava amor pelos
caminhos,
como se quisesse nos
ensinar.
Oh menina princesa!
Carrega para o fundo
do mar
meus medos e minhas
tristezas,
diz para a madrinha
que eu sou um poeta,
irremediavelmente
apaixonado,
e que gosto de
colecionar ternuras,
colares, conchinhas,
pedrinhas,
essências maturadas
em sonhos,
poemas alinhavados em
delicadezas
e assim desfaço as amarguras,
próprias das noites
escuras.
Oh menina princesa!
Diz para a sua mãe o
meu nome
e pede para me
abençoar.
Odoyá!
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