quinta-feira, 17 de setembro de 2015

ROSÁRIO DE PENAS

    NALDOVELHO

    Rosário de penas,
    enfiada de versos,
    e a cada verso uma pétala,
    é bem verdade,
    algumas sujas de sangue,
    sempre existirão espinhos
    e eles causam cortes,
    às vezes, até hemorragias.
    Alguns com o tempo
    nem sangram mais...
    O poema deixa seus rastros.

    Parir versos é cicatrizar feridas,
    é curar entorses, lumbago,
    prisão de ventre, espinhela caída,
    e se bobear:
    até mordida de serpente.

    É como ofício de boticário, 
    manipulador de palavras,
    e a cada pequeno frasco um poema.

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