domingo, 6 de setembro de 2015

NADA É O QUE PARECE SER

    NALDOVELHO

    Nada é o que parece ser!
    A janela que pensávamos viver aberta,
    na maior parte do tempo nem janela é.

    E a casa que pensávamos trancada?
    Hoje sabemos que há muito
    foi demolida, não nos restou nada!

    Sabe aquele amor
    que pensávamos derradeiro?
    Se perguntarem a ela,
    certamente, seremos apenas
    uma vaga lembrança,
    um passado distante,
    nada que mereça permanecer.
  
    Eu também não sou
    o que sempre pensei ser,
    mesmo depois de tantos anos,
    sou ainda um esboço,
    um aprendiz do que eu tinha de ser.

    Nada é o que parece ser!
    Estes versos, por exemplo,
    não constroem na verdade
    um bom poema.
    Apenas um pálido esforço
    de tentar compreender.

    E você, é o que aparenta ser?

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