segunda-feira, 1 de abril de 2013

OUTONO - POEMAS DE LUZ E SOMBRAS


    NALDOVELHO

   Vidraça estilhaçada, umbigo dolorido,
   cacos espalhados por toda a casa,
   alguns restam espetados pelo corpo.
   Lágrima cristalizada, olho esquerdo ardido,
   coração afrontado vez por outra reclama,
   diz que há mais cinzas do que chamas,
   se recusa a escrever sobre o outono,
   diz apenas que março cheira a abandono,
   prefere poemas friorentos de julho,
   ou então renascer a cada princípio de agosto,
   ainda que permaneçam rugas em meu rosto.
   Portanto, não me peçam versos patéticos,
   prefiro não escrever poemas de amor,
   e ainda que eu mantenha a ternura e o lirismo,
   é só uma forma de dissolver minha dor. 

3 comentários:

  1. Na imagem belissima surge um poema que não basta le-lo uma única vez...Li e reli, e absorvi a beleza dos versos!!parabens querido NALDO...
    bom vir aqui....
    com carinho
    heloisa crosio

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  2. Muito bom no fim de noite, ler seus belos poemas. Amei...Abs

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